A polêmica em torno da inclusão do setor automotivo no Imposto Seletivo, também chamado de “imposto do pecado”, ganhou novos capítulos na última semana de Setembro. Além da Anfavea, que já havia se posicionado contra a medida, executivos de grandes montadoras como General Motors, Stellantis e GWM também manifestaram reprovação à proposta que deve ser votada em breve no Senado.
Críticas das montadoras
Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul, classificou como injusta a equiparação do setor automotivo a indústrias como bebidas alcoólicas e cigarros. Segundo ele, a indústria tem investido bilhões em inovação e eletrificação da frota, mas, em vez de incentivos, recebe mais carga tributária.
Na mesma linha, Emanuele Cappellano, CEO da Stellantis América do Sul, destacou que o imposto pode gerar efeito contrário ao esperado, estimulando a permanência de veículos antigos em circulação e, consequentemente, aumentando a poluição.
Já Diego Fernandes, diretor operacional da GWM, reforçou que a indústria vem avançando em tecnologias para reduzir impactos ambientais e que a medida não considera esses esforços.
O lobby da Anfavea no Senado
O ponto central da crítica está na ausência de um limite para a alíquota do novo tributo, que poderia variar de 10% a 35%. Para reduzir o impacto, a Anfavea defende um teto de 5%.
Igor Calvet, presidente da associação, alertou que a proposta pode encarecer significativamente os automóveis e prejudicar diretamente os consumidores. Por isso, a entidade tem intensificado sua articulação política e, em apenas dois dias, já esteve em contato com mais de 40 senadores em busca de apoio à emenda do senador Carlos Viana (Podemos-MG) ao PLP 108/2024, que regulamenta a Reforma Tributária.
(Fonte: Automotive Business – Notícias)
