
Novas Regras para Garagens com Carregadores de Carros Elétricos: Avanço na Segurança ou Obstáculo à Mobilidade Sustentável?
A eletromobilidade cresce no Brasil, mas junto dela surgem novas discussões sobre infraestrutura e segurança. Na semana do dia 28 de agosto, o Conselho Nacional dos Comandantes-Gerais dos Corpos de Bombeiros Militares (Ligabom) lançou a “Diretriz nacional sobre ocupações destinadas a garagens e locais com sistemas de alimentação de veículos elétricos”, que estabelece novas regras para estacionamentos e prédios com pontos de recarga. A medida, porém, já gerou controvérsia: enquanto os bombeiros defendem o foco na segurança contra incêndios, entidades ligadas ao setor automotivo afirmam que as exigências podem encarecer, atrasar e até desestimular a expansão dos carros elétricos no país. O que muda para as garagens de carros elétricos? A diretriz entra em vigor em até 180 dias e traz mudanças importantes: O ponto mais polêmico: Sprinklers obrigatórios A maior polêmica envolve a exigência de sprinklers automáticos em garagens internas com carregadores elétricos. Segundo a diretriz, mesmo prédios já existentes deverão instalar sistemas adicionais caso possuam carregadores, o que pode gerar custos elevados. A reação do setor: Críticas da ABVE e Abravei A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) criticou duramente a medida, classificando-a como “discriminatória e inviável”. Para a entidade, a exigência encarece a adaptação dos prédios e pode desestimular a instalação de pontos de recarga, reduzindo o incentivo à mobilidade elétrica. “Não há referência internacional que suporte o vínculo obrigatório entre os sprinklers e os carregadores de veículos elétricos”, destacou a ABVE em nota. A Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei) também contestou a diretriz, alegando que ela impõe exigências desproporcionais e discriminatórias, principalmente para edifícios já construídos. O que está em jogo? O debate expõe um dilema: Precaução ou retrocesso? As novas regras levantam uma questão crucial: até que ponto medidas de segurança necessárias podem se transformar em obstáculos à inovação? A definição final caberá aos Corpos de Bombeiros de cada estado, mas já está claro que o setor automotivo e imobiliário terá de se adaptar, ao mesmo tempo em que pressiona por ajustes mais equilibrados. E você, o que acha? Essas regras trazem mais segurança ou podem frear o crescimento dos carros elétricos no Brasil? (Fonte: Automotive Business)